Capacidade protetora da vacina contra a gripe asiática
Autor
Brandão, Helvécio
Data
1958
Descrição
182 p.
Idioma
Português
Nota
Provimento de cátedra
Resumo da tese
RESUMO E CONCLUSÕES
1) Realizamos um teste de potência imunogênica e um teste de potência antigênica de uma vacina contra a gripe "asiática" de produção nacional. A análise dos dados obtidos foi feito conjuntamente com revisão dos conhecimentos atuais sôbre o vírus da gripe, a epidemiologia desta infecção e os princípios gerais da vacinação e teste de vacinas. As experiências em sêres humanos e trabalhos de laboratório de que consistiram os testes referidos, serviram de exemplo para a aplicação e discussão de conhecimentos gerais sôbre a matéria.
2) A 4 de setembro de 1957 vacinávamos 131 voluntários, adultos, de profissão relacionada com a saúde pública, com vacina monovalente contendo 200 unidades hemaglutinantes ("CCA unit") por mililitro de amostra "asiática" do vírus da gripe. Injetamos 1 ml por via subcutânea e momentos antes da vacinação foram sangrados todos os voluntários para ter um contrôle da produção de anticorpos. Três semanas depois, apenas 101 daqueles voluntários foram sangrados de novo e 19 dêstes, revacinados com a mesma dose e pela mesma via. Três semanas mais tarde, êstes 19 indivíduos revacinados eram de novo sangrados.
3) Na última semana de setembro e nas duas primeiras semanas de outubro de 1957, ocorria o acme da epidemia de gripe "asiática" na cidade de São Paulo. Posteriormente, realizamos um inquérito epidemiológico para determinar a incidência de gripe nos vacinados e nos seus controles. Êstes últimos eram os conviventes dos vacinados nos aglomerados familiares a que êstes últimos pertenciam.
4) Realizamos o cálculo da incidência da gripe no grupo dos vacinados e nos contrôles, mediante diversos tipos de agrupamento de dados, visando evidenciar possíveis influências de certas características dos indivíduos sôbre a incidência da gripe. Assim, consideramos como contrôles, os adultos conviventes dos vacinados, enquanto que em outras análises, considerávamos tanto adultos como crianças não vacinados. Foram eliminados dos cálculos os indivíduos que apresentavam títulos significativos de anticorpos antes da vacinação.
5) Nos soros colhidos, nas diversas sangrias, realizamos as reações de fixação de complemento e de inibição da hemaglutinação, usando como antígeno tanto a amostra "A//Formosa/313/57" como a "A/Japan/305/57".
6) A análise estatística da diferença de incidência de gripe entre os vacinados e os não vacinados mostrou não ser significante ao nível de 5%.
7) A análise estatística dos resultados das reações sorológicas mostrou diferença significante, ao nível de 5%, entre a percentagem de indivíduos que apresentaram resultados positivos antes e depois da vacinação, tanto em ambas as reações sorológicas, como em ambas as amostras usadas como antígeno.
8) A comparação dos nossos resultados com achados realizados em estudos similares feitos nos E. U. A., nos levam às seguintes conclusões:
a - A vacina testada não manifestou poder protetor.
b - A vacina testada mostrou muito pouco poder antigênico.
9) As conclusões e achados anteriores são analisadas apresentando diversos argumentos favoráveis, assim como suas possíveis limitações.
1) Realizamos um teste de potência imunogênica e um teste de potência antigênica de uma vacina contra a gripe "asiática" de produção nacional. A análise dos dados obtidos foi feito conjuntamente com revisão dos conhecimentos atuais sôbre o vírus da gripe, a epidemiologia desta infecção e os princípios gerais da vacinação e teste de vacinas. As experiências em sêres humanos e trabalhos de laboratório de que consistiram os testes referidos, serviram de exemplo para a aplicação e discussão de conhecimentos gerais sôbre a matéria.
2) A 4 de setembro de 1957 vacinávamos 131 voluntários, adultos, de profissão relacionada com a saúde pública, com vacina monovalente contendo 200 unidades hemaglutinantes ("CCA unit") por mililitro de amostra "asiática" do vírus da gripe. Injetamos 1 ml por via subcutânea e momentos antes da vacinação foram sangrados todos os voluntários para ter um contrôle da produção de anticorpos. Três semanas depois, apenas 101 daqueles voluntários foram sangrados de novo e 19 dêstes, revacinados com a mesma dose e pela mesma via. Três semanas mais tarde, êstes 19 indivíduos revacinados eram de novo sangrados.
3) Na última semana de setembro e nas duas primeiras semanas de outubro de 1957, ocorria o acme da epidemia de gripe "asiática" na cidade de São Paulo. Posteriormente, realizamos um inquérito epidemiológico para determinar a incidência de gripe nos vacinados e nos seus controles. Êstes últimos eram os conviventes dos vacinados nos aglomerados familiares a que êstes últimos pertenciam.
4) Realizamos o cálculo da incidência da gripe no grupo dos vacinados e nos contrôles, mediante diversos tipos de agrupamento de dados, visando evidenciar possíveis influências de certas características dos indivíduos sôbre a incidência da gripe. Assim, consideramos como contrôles, os adultos conviventes dos vacinados, enquanto que em outras análises, considerávamos tanto adultos como crianças não vacinados. Foram eliminados dos cálculos os indivíduos que apresentavam títulos significativos de anticorpos antes da vacinação.
5) Nos soros colhidos, nas diversas sangrias, realizamos as reações de fixação de complemento e de inibição da hemaglutinação, usando como antígeno tanto a amostra "A//Formosa/313/57" como a "A/Japan/305/57".
6) A análise estatística da diferença de incidência de gripe entre os vacinados e os não vacinados mostrou não ser significante ao nível de 5%.
7) A análise estatística dos resultados das reações sorológicas mostrou diferença significante, ao nível de 5%, entre a percentagem de indivíduos que apresentaram resultados positivos antes e depois da vacinação, tanto em ambas as reações sorológicas, como em ambas as amostras usadas como antígeno.
8) A comparação dos nossos resultados com achados realizados em estudos similares feitos nos E. U. A., nos levam às seguintes conclusões:
a - A vacina testada não manifestou poder protetor.
b - A vacina testada mostrou muito pouco poder antigênico.
9) As conclusões e achados anteriores são analisadas apresentando diversos argumentos favoráveis, assim como suas possíveis limitações.
Local
São Paulo
Coleção
Referência
Brandão, Helvécio, “Capacidade protetora da vacina contra a gripe asiática,” e-Coleções FSP/USP, acesso em 7 de outubro de 2024, https://colecoes.abcd.usp.br/fsp/items/show/3279.
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